A investigação médica tem identificado nos hábitos da cultura humana moderna, transtornos que propiciam esta enorme epidemia que é a cardiopatia isquêmica. Estes são representados pela dieta rica em gorduras totais, em gorduras saturadas e colesterol, sal, açúcar refinado, em grande número de casos (países), consumo relativamente baixo de nutrientes essenciais como o potássio, matéria fibrosa, antioxidantes, algumas vitaminas e freqüentemente ingestão de calorias acima das necessidades para as atividades físicas habituais.
A estes transtornos associou-se o tabagismo em suas várias formas (ativa e passiva), somou-se o sedentarismo e atividades profissionais e prazeres (música, TV, informática).
Estes fatores de risco: dislipidemia, fumo, obesidade, sedentarismo, somados a hipertensão arterial, se enquadram dentro daqueles denominados "major" para as doenças cardiovasculares como um todo e para a cardiopatia isquêmica, em especial.
Estas considerações tornam evidente a necessidade da maior atenção para a epidemiologia das doenças cardiovasculares. O melhor conhecimento de como as doenças crônico-degenerativas iniciam, se instalam e se desenvolvem, torna a prevenção primária obrigatória na medicina moderna. Da mesma maneira que as doenças infecto-contagiosas tornam-se progressivamente controladas, objetivando a eliminação por intermédio de vacinas, as doenças cardiovasculares deverão ser controladas (muito provavelmente não eliminadas ou curadas como se conseguiu com as vacinas) por meio de medidas preventivas, tanto primárias, como secundárias e com uma efetiva terapêutica para a prevenção terciária.
É importante que os profissionais de saúde se conscientizem da importância da medicina preventiva para as doenças crônico-degenerativas e que, com os conhecimentos atuais, ela possa ser realizada com efetividade e eficácia. As entidades médicas (principalmente as públicas), devem aplicar seus esforços na preservação da saúde, ou seja, investir na saúde e melhora da qualidade de vida, encurtando o período de doença.