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A Tarde
Data: 13 de outubro de 2002
Brasil supera os EUA em colesterol alto
Você gosta de comer carne saturada, tipo aquela picanha
"suculenta", com bastante gordura? Ou então aquela feijoada
com linguiça e todos os ingredientes apetitosos? Exagera no consumo de
ovos e derivados do leite? Adora pizza, hambúrguer, x-burguer e outros
tipos de comidas gordurosas? Então cuidado. Você pode estar ajudando a
engrossar as estatísticas de pacientes com colesterol elevado, sendo
candidato em potencial para desenvolver uma doença coronariana.
Fique atento a isso, pois o mundo está assistindo a um fenômeno
preocupante: é cada vez maior a incidência de morte por doenças
cardiovasculares. Só nos Estados Unidos mais de um milhão de pessoas
morrem por ano de infarto agudo do miocárdio sem ter recebido o
primeiro atendimento. No Brasil, estima-se que as doenças
cardiovasculares matam de 300 a 400 mil pessoas atualmente, fazendo com
que essa seja a primeira causa de mortalidade no Pais.
Outro dado alarmante divulgado recentemente pela Sociedade Brasileira
de Cardiologia é o de que 40% da população, algo estimado em mais de
G4 milhões de brasileiros, têm colesterol elevado. Esse é um dos
principais fatores de risco para a morte súbita por infarto (que é
falta completa de oxigenação do músculo cardíaco), definitivamente
apontado como um dos maiores vilões para a saúde do coração. Isso
porque, além de favorecer o infarto agudo no miocárdio, o colesterol
elevado pode, dentre outros males, provocar a obstrução das artérias
da perna levando à trombose, bem como a obstrução da retina causando
a cegueira precoce.
Entupimento
O colesterol é um tipo de gordura produzida pelo fígado gerando
energia para garantir o funcionamento normal do organismo. Mas também
está presente em certos alimentos que podem contribuir para aumentar
essa taxa, a exemplo de carnes, ovos e derivados do leite. O
cardiologista Jadeison Andrade informa que o colesterol é transportado
no sangue em diferentes tipos de pacotes denominados de lipoproteínas.
A porção do colesterol LDL (Low-density-lipoprotein/lipoproteína de
baixa densidade), também conhecido como mau colesterol, transporta o
colesterol, inclusive dos alimentos, para o organismo. Já a porção do
colesterol HDL (High-density-lipoprotein/Lipoproteína de alta
densidade), também denominada de bom colesterol, remove o colesterol da
corrente sangüínea.
O cardiologista Jadelson explica que a função LDL produz placas de
gorduras em excesso nas artérias que, acumuladas, podem ocasionar o fenômeno
arteriosclerose craniana, ou entupimento da artéria. Se uma artéria
que supre sangue para o coração ficar entupida, a pessoa pode ter um
ataque do coração. Se uma artéria que supre sangue para o cérebro
ficar entupida poderá ocasionar um derrame. O especialista diz que
pesquisas já demonstraram a estreita relação entre pacientes com
colesterol alto e que foram vítimas do infarto. Em países como a Finlândia,
Escócia e Inglaterra, onde a população tem elevado índice de
colesterol, os estudos concluíram que havia um maior índice de morte
por infarto. Já nos que tinham menos índices de colesterol como o Japão,
a Coréia e a China, foi verificado um baixo índice de morte por ataque
cardíaco. "Outra constatação foi a de que o colesterol alto
participa de forma efetiva na formação de placas de gorduras que
entopem as artérias", acrescentou. Outro diagnóstico da pesquisa
foi o de que o infarto agudo do miocárdio atinge mais as pessoas na sua
melhor fase produtiva dos 40 aos 55 anos.
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