Jornal do Brasil

Data: 04 de abril de 2003

Com fumo liberado, Brasil corre seu GP Vigilância Sanitária, pressionada, desiste de multar

Marcel Frota - Especial para o JB

 

SÃO PAULO - Não há mais obstáculo algum para que os carros entrem na pista de Interlagos hoje e dêem início à programação oficial do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. O autódromo foi aprovado hoje pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) durante a inspeção do delegado de segurança Charlie Whiting, que percorreu os 4.309 metros do circuito a pé, ao lado de Carlos Montagner, diretor da prova. Outro ponto crucial para a realização da corrida era a autorização para a propaganda tabagista. Mas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária ) cancelou a multa que aplicaria às equipes que exibissem em seus carros propaganda de cigarros, por interferência do governo.

Cinco equipes têm logomarcas de fabricantes de cigarros - Ferrari/Marlboro, McLaren/West, Renault/Mild Seven, BAR/Lucky Strike e Jordan/Benson & Edges. Essas empresas patrocinadoras são responsáveis, segundo a FIA, pela injeção de US$ 350 milhões na categoria. Mesmo com o aval, a Ferrari continuava usando ontem uniformes sem propaganda de cigarro ontem. Barrichello.

Na entrevista que deu pela manhã, ontem, Rubens Barrichello fugiu das polêmicas. Evitou falar de estatísticas sobre brasileiros no GP do Brasil, mas voltou a afirmar que discorda da obrigatoriedade do uso do Hans, determinada pela FIA.

As estatísticas de que fugiu Rubinho dizem que, desde que o GP do Brasil começou a ser disputado em 1973, sempre foi vencido por um brasileiro nos anos terminados em três (Emerson Fittipaldi em 73, Nelson Piquet em 83 e Ayrton Senna em 93).

- Eu não acredito nessas coisas e o mundo da Fórmula 1 é muito mais real do que isso. Estarei trabalhando para vencer. Penso que o sentimento de vencer o GP do Brasil será semelhante ao de ganhar um campeonato. Estou concentrado, melhor do que nunca e espero que, junto com a equipe, eu possa conseguir alcançar meu objetivo desta vez - afirmou Barrichello, que correu pela primeira vez no Brasil em 1983.

Outro assunto que Barrichello tratou logo de resolver foi o uso do Hans (Head and Neck Support ), o suporte para proteção da cabeça e do pescoço, de uso obrigatório. Ele explicou que, depois do novo sistema usado nos testes da semana passada em Barcelona, o uso do colar não será problema.

- Conseguimos resolver o problema com a utilização de uma presilha mais larga. Tenho agora um sistema similar ao que é usado pela McLaren e isto é uma mudança grande. Meu problema não é usar o Hans, é o fato de eu não estar seguro dentro do carro.