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É com satisfação que recebo o bastão para presidir o Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (DERC), que me passa o Dr. Salvador Manoel Serra, cuja excelente gestão certamente aumenta a minha responsabilidade.

O DERC integra áreas que têm em comum o uso da atividade física, particularmente o exercício físico, algo de grande relevância em termos de saúde pública, considerando ser o sedentarismo, ao lado da hipertensão arterial, obesidade e hiperglicemia, um dos quatro maiores fatores de risco responsáveis pela mortalidade global, segundo a Organização Mundial de Saúde¹. A prática de exercícios físicos está associada a decréscimo da mortalidade por todas as causas, sendo que no campo das doenças cardiovasculares, comprovadamente reduz o risco de evento coronariano fatal e não fatal não somente para indivíduos com escore de risco coronariano elevado e cardiopatas, mas também para aqueles aparentemente saudáveis².

O exercício físico no contexto da Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM) constitui-se em terapêutica obrigatória para a maioria dos portadores de doenças cardiovasculares, pulmonares e metabólicas, sendo considerado estratégia de forte impacto na saúde pública já há muitas décadas³,4. Entretanto, apesar dos comprovados benefícios advindos dos Programas de RCPM que influem dramaticamente nos desfechos principais das doenças cardiovasculares e metabólicas, como infarto do miocárdio, mortalidade por causa cardíaca e mortalidade por todas as causas, justificando a sua forte recomendação pelas sociedades médicas de todo o mundo, na maioria das cidades brasileiras, mesmo nas capitais dos estados, os raros programas existentes se constituem em exceção à regra. Lamentavelmente, no Brasil, a RCPM não faz parte da cultura médica, sendo negligenciada como estratégia de saúde pública pelos gestores do sistema de saúde5.

Portanto, um dos grandes desafios do DERC consiste em disseminar e implantar a proposta do tratamento clínico pleno, considerando que sem mudanças efetivas no estilo de vida, com destaque para a prática de exercícios físicos, o tratamento de grande parte dos pacientes tratados pelos cardiologistas brasileiros deve ser considerado incompleto. Assim, um dos desafios que pretendemos enfrentar consistentemente na Gestão 2018-2019 vai ser uma discussão enfática em prol do tratamento clínico pleno. Em breve, na Revista do DERC, será apresentado o nosso plano de ação visando tal intento.

Tales de Carvalho


1. Global Recommendations on Physical Activity for Health. WHO Guidelines Approved by the Guidelines Review Committee. Geneva 2010.

2. Perk J, De Backer G, Gohlke H, Graham I, Reiner Z, Verschuren WM, et al. European Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice (version 2012): The Fifth Joint Task Force of the European Society of Cardiology and Other Societies on Cardiovascular Disease Prevention in Clinical Practice (constituted by representatives of nine societies and by invited experts). Atherosclerosis. 2012 Jul;223(1):1-68. PubMed PMID: 22698795.

3. Rehabilitation after cardiovascular diseases, with special emphasis on developing countries. Report of a WHO Expert Committee. 1993.

4. Taylor RS et al. Exercise-based rehabilitation for patients with coronary heart disease: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med. 2004 15;116(10):682-92.

5. Carvalho T, Cortez AA, Ferraz A et al. Diretriz Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica: Aspectos Práticos e Responsabilidades. Arq Bras Cardiol 2006; 83 (5): 448-52.



 

Prezados amigos,

É com muita honra que damos início às atividades do DERC NEWS gestão 2018-2019! Agradeço ao Presidente Dr. Tales de Carvalho que me confiou a sucessão do DERC NEWS, brilhantemente capitaneado pela Dra. Cléa Colombo, na gestão profícua e assertiva de nosso querido Dr. Salvador Serra.

Os trabalhos estão intensos, com toda diretoria se empenhando para fazer um DERC cada vez melhor, procurando inovação sem perder a tradição!

Nesta edição contamos com a colaboração dos prezados colegas Dr. Fernando Cesar de Castro e Souza, comentando artigo sobre a resposta da pressão arterial no teste cardiopulmonar de exercício, onde novos valores de referência são apresentados, tema com escassez de evidências científicas; e Dr. Leandro Steinhorst Goelzer, que nos traz à lembrança a importância da condição funcional no âmbito da medicina nuclear; ambos artigos publicados este ano. Leitura imperdível!

Aproveito para desejar a todos um 2018 com muita saúde e prosperidade! Contamos com a colaboração de todos para continuarmos a manter o DERC um dos departamentos mais respeitados e produtivos da SBC! Inovação sem perder a tradição!

Mauro Augusto dos Santos

 
 

Resposta da pressão arterial de pico durante teste cardiopulmonar de exercício máximo.
Sabbahi A, Arena R, Kaminsky LA, Myers J, Phillips SA. Peak blood pressure responses during maximum cardiopulmonary exercise testing - Reference standards from FRIEND (Fitness Registry and the Importance of Exercise: A national database). Hypertension. 2018;71:XX-XX. DOI: 10.1161/HYPERTENSIONAHA.117.10116.

Dr. Fernando Cesar de Castro e Souza

   

Utilidade de atingir ≥10 MET com um eletrocardiograma de esforço negativo para avaliar doença coronariana obstrutiva de alto risco em pacientes encaminhados à coronariografia após teste de exercício.
Löffler AI, Perez MV, Nketiah EO, Bourque JM, Keeley EC. Usefulness of Achieving ≥10 METs With a Negative Stress Electrocardiogram to Screen for High-Risk Obstructive Coronary Artery Disease in Patients Referred for Coronary Angiography After Exercise Stress Testing. Am J Cardiol 2018 Feb 1;121(3):289-293. doi: 10.1016/j.amjcard.2017.10.032. Epub 2017 Oct 31.

Dr. Leandro Steinhorst Goelzer

   
 

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