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Médicos treinam as primeiras crianças brasileiras capazes de socorrer casos de parada cardíaca

Estatísticas americanas mostram que 20% dos casos de parada cardíaca são presenciados por crianças que não sabem o que fazer e assistem passivamente `a morte dos doentes. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) promoveu o primeiro curso de primeiros socorros voltado para crianças no Brasil. 

O cardiologista americano Edward Stapleton, coordenador do projeto de ressuscitação cardíaca para crianças de Nova York, ensinou alunos de 8 a 10 anos do Colégio Cruzeiro de Jacarepaguá como reanimar pessoas que sofrem ataques do coração.

Nos Estados Unidos, este curso já existe há 20 anos. No Brasil, este é o primeiro, mas nossa intenção é estender as aulas às demais escolas públicas e particulares. Os colégios interessados devem entram em contato com  SBC - diz o cardiologista Fernando Cruz, coordenador do projeto no Brasil. Segundo ele, os resultados nos Estados Unidos são supreendentes: 

- Edward contou que uma vez uma criança viu os pais de um bebê sacundindo-o para tentar desengasgá-lo. Ela chamou os pais, disse que estava errado e fez da maneira certa. - É que o primeiro passo do curso é ensinar a desengasgar.

Stapleton explica porque é tão importante treinar os leigos:

- A cada minuto que passa, perdemos 10% de chances de salvar a vida do doente. Se o atendimento é feito no primeiro minuto, assim que a pessoa cai, as chances do cardíaco ser reanimado saltam para 90%.

Um Teatro da Vida Real

O instrutor do curso Luís Fernando de Barros Correia explica que o treinamento dado às crianças é exatamente igual ao destinado a adultos. O que muda é a metologia de ensino:

- Para eles aprenderem melhor, nós representamos com um boneco uma situação da vida real. Tentamos reanimá-lo, fingimos ligar para o 193. é uma espécie de teatrinho, que prende a atenção deles - explica.  E a cada passo novo, relembramos os anteriores para que eles possam memorizar tudo. 

E pelo visto, o teatrinho funciona. O aluno Matheus Macedo, de 8 anos, logo após a aula, tinha tudo na ponta da língua:

- Se a pessoa tiver com a boca torta, sem conseguir mexer um dos braços, ela teve um derrame cerebral - ensina o menino. Tenho que ver se ela está respirando e não posso esquecer de ver o pulso também. 

Mariana Ferreira Nunes do Amaral, de 10 anos, saiu mais aliviada da aula:

- Às vezes eu tenho medo de ficar sozinha com o meu avô porque ele já teve infarto. Agora, vou ficar mais segura. Qualquer coisa que aconteça com ele, já sei como salvar sua vida.

 

                                            Manual Infantil de Primeiros Socorros

O primeiro passo é chamar pela vítima para ver se ela responde à dor e a perguntas.

O segundo passo é pedir ajuda. As crianças são orientadas a ligar para o 193 (Corpo de Bombeiros)

A criança deve, então, ver se a vítima esta engasgada. Se for o caso, ela deve liberar as vias aéreas.

A próxima meta é verificar se a respiração está normal. Se ela não estiver respirando, tem que fazer respiração boca a boca, soprando ar na boca da vítima cinco vezes seguidas. 

Depois, é hora de conferir o pulso para ver se o coração da vítima está batendo. Se não estiver, a criança deve fazer a massagem cardíaca. Quinze pressões sobre o peito do doente.

Se a pessoa ainda não estiver respirando, a criança deve fazer novamente a respiração boca a boca. Mas dessa vez, soprar apenas duas vezes e permanecer alternando a respiração com as massagens (quinze pressões).

Fonte: Jornal Extra 25/10/2000

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